domingo, 22 de novembro de 2015

É uma música bem portuguesa, com certeza!

Porque tenho andado sempre fugida, porque nem sempre me resta tempo para explorar, e porque muitas são as vezes que não sou fácil de convencer, não tive oportunidade de conhecer o trabalho dos Pensão Flor, até então.

Não fora estar mais atenta ao que se passa em Coimbra ultimamente, quase ia perdendo a avassaladora oportunidade de assistir ao lançamento do 2º álbum da banda, SUL. Comecei por me inteirar do primeiro (O Caso da Pensão Flor) ao longo de um dia e foi crescente o meu entrosar com a música, com a voz, com o estilo tão português, mas tão influenciado por ritmos como o tango, a morna, a música popular brasileira, e até, agora no SUL, o princípio de uma “flamencada”, mesmo ao meu gosto. É claro que nunca posso esquecer a feliz ideia de incluir no seu tema mais conhecido (Na Volta de Um Beijo) acordes do Cure, uma das minha all time favourite bands.

A voz da Vânia é contagiante e arrepia pêlo; as guitarras, o baixo e as teclas dão-nos música familiar de grandes artistas de Coimbra e fazem o som percorrer do corpo para a alma a um ritmo que nos faz não querer parar de ouvir. E a música repete-se uma, duas, três vezes e não cansa.

Mas o grande bom problema são as letras “cortantes” dos Pensão Flor. É uma intensidade que nada tem que ver com o popularucho, que dispensa a tragédia que vai nas consoantes do fado, que imita, tenho a certeza, o que vai na alma de tanta gente, que é arrojada e nos atravessa o pensamento. Veja-se quanto a isto Profano. É este tipo de música que também a mim me faz querer ser uma mulher vulgar. E ser arrojada, e avançar.



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