quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Portugal, Portugal: do que é que tu estás à espera?

Ora, no outro, dia li no diário Económico do sapo que o nosso secretário de Estado da Juventude e do Desporto incita os jovens a sair do país e a saírem da zona de conforto. De que conforto fala? E a que jovens se dirige? Será que uma jovem como eu também está incluída? 
Segundo Miguel Mestre, "se o jovem optar por permanecer no país que escolheu para emigrar, poderá "dignificar o nome de Portugal e levar know how daquilo que Portugal sabe fazer bem".
E por que razão temos nós de sair desta zona de conforto maravilhosa em vez de cultivar aqui o nosso know how e aquilo que sabemos fazer bem? Não se poderia então dizer, neste caso, e aí sim, que estávamos numa zona de conforto? Que conforto temos nós neste momento? Muitos nenhum. Para mim, a frase do secretário de estado podia ter sido ao contrário: saiam de Portugal à procura de uma zona de conforto.
Eu por mim falo, pois sei bem o que é viver fora. O conforto que eventualmente poderá estar implícito naquela afirmação será o conforto de ter os amigos e a família por perto, os nossos usos e costumes, a nossa comida, a nossa velha maneira do deixa andar, do chegar atrasado, etc. Sabem do que falo. De resto, não vejo mais nada...
Sair do país, o vulgo emigrar, não é tarefa fácil a determinada altura da nossa vida. Tudo aquilo que almejávamos, com que sonhámos, acaba por ir por água abaixo.
Para estes jovens da minha faixa etária, sair do país é muito mais do que apenas sair do país, ter uma experiência de vida no estrangeiro, conhecer outros jovens da sua idade... É o deixar daquilo que esperava ter construído e ter de partir à luta, fora do seu país, longe de tudo e de todos, contrariado. Com a ideia de que uma oportunidade poderia haver, tinha de haver.
Por isso, eu digo, Portugal, Portugal, não deixes que os teus filhos se vão embora.


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