sábado, 17 de setembro de 2011

ALEGORIA 38

O café não tem açúcar. Lá no trabalho é só problemas. Hoje, que é sábado, tenho um encontro de surf pela manhã e, depois, vamos todos jantar fora. Passei mais um recibo e não me pagaram. Vou comprar aquela cadeira. Não compres, não precisamos dela. Tenho de trabalhar, não posso ir contigo. Por que não me atendeste o telefone? Adormeci. Percebi que o que me apetece é estar sozinho. Afinal, deixei de te amar.

Nasceu, há pouco tempo, uma geração de egoístas. Uma geração desprovida de valores e princípios, de tolerância, de dedicação – chamo-lhe a geração 38. Seria engraçado que uma daquelas marcas de ursinhos, que faz pólos e T-shirts, começasse uma coleção 38. Seria útil para nós, mulheres. Assim, quando quiséssemos mostrar o ridículo das afirmações, em vez de tentar dialogar, o que não é frutífero, podíamos ir a uma loja e comprar uma T-shirt com o 38 e oferecer-lhes, a eles, os homens na faixa dos 38.

Será que eles, os homens, conseguiam entender o rótulo? Talvez não. Pobres deles. Não entendem nada!

Para quem não percebeu esta minha alegoria, explico melhor:
Cresci num ambiente onde sempre imperou o respeito e o entendimento, a tolerância e a dedicação. Talvez seja por isto que os meus valores e princípios assentem nestas ideias. A minha visão de um relacionamento consiste exatamente em saber respeitar a outra pessoa, tolerar as suas características, ou pelo menos aprender a saber lidar com elas, e fazer tudo por tudo para se estar bem; oferecer a minha dedicação, proporcionando o melhor possível, fazendo com que o outro se sinta bem ao meu lado, surpreendendo com coisas boas e agindo de modo a que as coisas más sejam menos penosas.
Acontece que, modo geral, tenho vindo a assistir, ultimamente, à falta de todos estes valores em muitas gente que por aí anda. Como digo sempre, não poderei particularizar estes casos, pois há exceções. Que isto fique bem claro. No entanto, é gritante o número de histórias que tenho ouvido e até experienciado.

Não sei se é da idade, da geração, da educação, do feitio, dos problemas…Não consigo encontrar justificação para os acontecimentos recentes de que me tenho apercebido. Falo de relações, relações entre namorados, marido e mulher, companheiros. Há uma faixa etária, que por acaso é a minha, que me tem vindo a desiludir com atitudes que não posso compreender e muito menos aceitar. Isto porque diferem dos meus valores, de tudo aquilo em que acredito.

Muita traição, muita mentira, muita falta de respeito. E isto, minha gente, não se pode aceitar. Não entendo, palavra que não entendo. E fico triste com as atitudes, triste e sem esperanças de, um dia, encontrar alguém que pense como eu.


1 comentário:

  1. Manter uma relação nunca foi fácil, mas é coisa que dá trabalho, exige dedicação e até alguma matemática...temos de saber calcular o nosso espaço e o do outro e quando nos sentimos sufocados, devemos apenas abrir a janela e arejar, e não atirarmo-nos logo dela abaixo...

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