quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Panic in the streets of London

O que está a acontecer no Reino Unido deixa qualquer um admirado.
Tudo começou em Tottenham. Quem não sabe devia saber que não se trata apenas de um clube de futebol, é mesmo uma localidade ou freguesia de Londres. Situa-se, mais ou menos, na diagonal entre Wood Green (Piccadilly Line) e Seven Sisters (Victoria Line).
Não sei admirado será a palavra mais correta, afinal os motins são o reflexo do descontentamento que, também lá, se faz sentir em relação às medidas de austeridade que estão a ser impostas.
A vida começa a ficar cada vez mais difícil, para todos. Para todos não. Para aqueles que tinham o essencial para subsistir e viver a vida o melhor possível...
Creio que por a polícia ter atirado sobre um jovem, de certo com razão, todos os outros jovens se aproveitaram da situação para saquear e pilhar lojas e edifícios. Não apenas com o intuito de fazer vincar um ponto de vista relativamente às dificuldades que se fazem sentir, mas também dominados pelo simples prazer da violência, do confronto e do vandalismo. Ora não tivessem todos eles uma certa veia para o ooliganismo.
Eu digo: por cá isto só não acontece porque os portugueses são uns medricas e só reivindicam com cantiguinhas de intervenção tipo "Não há machado que corte a raiz do pensamento.. lá, lá lá!" ou, mais recentemente, "Chegou a luta para mostrar que a cantiga ainda é uma arma...". PLEASE! Give me a break!
Não quero com isto dizer que concordo com os confrontos, mas a malta está fartinha de levar com injustiças. Ou será que não?!?
Por aqui está tudo de férias. Crise, crise, mas o que é certo é que são 56 mil em concertos, festas do verão a abarrotar, bares e discotecas ao rubro, Algarve pelas costuras... Como fazem as pessoas?... Ahhhhh! Já percebi: a crise é só para alguns, para aqueles que sempre estiveram em crise, uma crise mais desafogada, é verdade, mas era crise. Os outros, esses, continuam na mesma, senão melhor.
É por isso que não há motins... O pobre diabo da crise já se habituou ao estatuto. As medidas de austeridade não o afetam assim tanto. Qual é a diferença entre ganhar 400 e 380€? Ambos os valores não dão para nada!
O alegre bobo que vai a concertos julga que não será afetado... E vocês, acham mesmo? Tenho a ligeira sensação que andamos todos para aqui a queimar os últimos cartuchos, pois quando levarmos com o balázio na cabeça, a ver vamos quem se aguenta...

Sem comentários:

Enviar um comentário